Vacinação da Gestante
As vacinas do Calendário da Gestante são essenciais para prevenir problemas graves com a saúde da mãe e do bebê. Com a vacinação, os anticorpos da mãe são transferidos ao feto pela placenta durante a gestação, e, após o nascimento, são transferidos ao bebê pelo leite materno.
A Vacinação das Gestantes é considerada prioritária pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois beneficia a mãe e o bebê, particularmente os menores de 6 meses de idade. Os anticorpos maternos são muito importantes para os bebês nos 12 primeiros meses de vida, pois os protegerão das doenças até que possam ser completamente vacinados e desenvolver suas próprias defesas imunológicas.
A vacinação nas gestantes ocorre há décadas. A vacina de Tétano, por exemplo, feita durante a gestação, possibilitou eliminar o Tétano Neonatal no Brasil e nas Américas.
Contudo, no Brasil, a cobertura vacinal tem estado bem abaixo do ideal. Dados divulgados pela coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, em março de 2019, indicam que a adesão à tríplice bacteriana acelular (difteria, tétano e coqueluche) chegou a apenas 38,48% em 2017. Outras vacinas obrigatórias na gestação também tiveram baixa cobertura vacinal, como a hepatite B que foi de 56,4% e a da Influenza de 79,31% em 2017.
As vacinas indicadas para todas as grávidas são a Influenza (gripe), a Hepatite B, a Dupla bacteriana do tipo adulto (dT), contra a difteria e tétano, e a Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa), contra a difteria, tétano e coqueluche. Todas são elaboradas a partir de vírus inativados, ou seja, não tem capacidade de produzir as doenças, sendo, portanto, muito seguras, e estão disponíveis nas redes pública e privada.
Influenza
Gestantes, puérperas (45 dias após o parto) e crianças com até cinco anos responderam por 11,4% dos óbitos por influenza entre pessoas com fatores de risco no Brasil em 2017.
Ainda com relação à influenza, a fase mais crítica para o bebê é nos seis primeiros meses de vida, ou seja, antes da primeira dose da vacina. Estudos apontam que as chances de internação em UTI nesse período são 40% maiores se comparadas às de crianças entre seis meses e 12 meses.
Dose única anual.
Coqueluche
Dos 2.955 casos de coqueluche registrados no Brasil em 2015, 1.850 (62,6%) aconteceram em menores de 1 ano. Das 35 mortes, 30 foram em menores de 3 meses.
A vacinação de gestantes e dos contactantes é estratégia mundial para prevenir a infecção em bebês, já que eles completam o esquema vacinal de Coqueluche aos 6 meses de vida, ficando as crianças são mais suscetíveis à morte pela doença, em geral assintomática em adultos.
Fazer uma dose da dTpa, a partir da 20ª semana de gestação.
Hepatite B
Aproximadamente 11,1% dos casos de hepatite B verificados no Brasil entre 1999 e 2015 ocorreram entre gestantes. A transmissão vertical (mãe-filho), com 6,2% do total, é fonte de infecção importante.
Cerca de 90% dos recém-nascidos que contraem hepatite B durante o parto desenvolvem a forma crônica. Em adultos, o índice é de 10%.
Para todas as gestantes que nunca tenham sido vacinadas para Hepatite B anteriormente. Fazer 3 dose no esquema de 0,1 e meses.
Tétano
O tétano neonatal matava 6,7 a cada 1.000 nascidos vivos no fim da década de 1980, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Graças às políticas de vacinação, apenas 15 países ainda não conseguiram eliminar a doença. A região das Américas alcançou essa conquista em setembro de 2017.
Febre amarela
Normalmente contraindicada em gestantes. Porém, em situações em que o risco da infecção supera os riscos potenciais da vacinação, pode ser feita durante a gravidez
Em determinadas situações epidemiológicas, vacinas de vírus vivos atenuados podem ser prescritas. É o caso da febre amarela, indicada para as gestantes das cidades dos estados do Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Espírito Santo onde já foram registrados casos em humanos ou macacos. “Apesar de existir a possibilidade teórica de infecção ao feto, diversos levantamentos com mulheres que receberam a dose contra a febre amarela sem saber que estavam grávidas concluíram que a vacinação não aumentou a incidência de eventos adversos nas mães ou causou danos ao feto”, afirma.