Janeiro Branco: Mês de Conscientização da Saúde Mental e Emocional
No primeiro mês do ano, em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, em suas relações sociais, em suas condições de existência, em suas emoções e em seus sentidos existenciais. E, como em uma “folha ou em uma tela em branco”, todas as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das pessoas que vivem com condições de saúde mental estão sem nenhum tipo de tratamento qualificado para o cuidado. No entanto, para alertar sobre a importância do cuidado com a saúde mental, a campanha Janeiro Branco foi criada e regulamentada no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, em 2014, a campanha foi idealizada pelo psicólogo e palestrante Leonardo Abrahão, na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. Em 25 de abril de 2023, a campanha virou Lei (14.556/2023).
A partir de 2024, em todo mês de janeiro serão realizadas campanhas nacionais de conscientização da população sobre a saúde mental, com foco especial na prevenção à dependência química e ao suicídio. As ações abordarão a promoção de hábitos e ambientes saudáveis e a prevenção de doenças psiquiátricas.
A campanha Janeiro Branco visa alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico. As doenças mentais podem ser causadas por uma série de fatores, como genética, o próprio estresse, traumas e o uso de substâncias químicas. O seu objetivo principal é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições humanas.
Para isso, aconselha-se e recomenda-se:
-Um primeiro passo é ter cautela com as expectativas. Criar metas que impliquem em mudanças de vida, rotina ou hábitos, sem o devido planejamento ou sem considerar as possibilidades reais e os recursos necessários, pode torná-las inatingíveis, gerando frustração e consequentemente sofrimento emocional.
–Evitar ter uma atitude de auto cobrança exagerada nesta época, pois poderá dificultar o reconhecimento dos esforços e conquistas ao longo do ano. O ideal é que o exercício de auto observação seja cotidiano e realizado com generosidade e auto acolhimento.
-É importante fazer atividades que tragam satisfação. Momentos de lazer, prática de hobbies, esportes ou atividade física propiciam bem-estar psíquico e são estratégias importantes para lidar com o estresse. Investir em bons hábitos alimentares e dormir bem também é essencial.
–Mantenha a consciência sobre os sentimentos. Identificar as emoções é fundamental para fazer mudanças em direção ao bem-estar, já que elas têm a função de comunicar sobre os gostos e necessidades individuais. Assim, ao reconhecer as emoções e o fluxo de pensamentos que as acompanham, é possível determinar de forma mais consciente o modo de agir e lidar com situações diversas.
O sofrimento emocional, associado ou não a um transtorno mental, pode ser prevenido ou atenuado se as pessoas conhecerem estratégias para cuidar da saúde mental. Reconhecer a presença dele é o primeiro passo para alcançar melhor qualidade de vida, pois a partir daí é possível buscar caminhos terapêuticos para lidar com os problemas emocionais.
Atualmente, a UFSC possui uma Comissão em vigência trabalhando na efetivação da Política de Saúde Mental da UFSC (Resolução nº 163/2022/CUn), conforme instituído em 31 de julho de 2023 <https://noticias.ufsc.br/2023/07/comissao-apresenta-plano-de-implementacao-da-politica-de-saude-mental-na-ufsc/>. O Departamento de Atenção à Saúde (DAS/PRODEGESP/UFSC) possui equipes para o atendimentos em saúde dos trabalhadores da instituição.
Para maiores informações e atendimentos: http://das.prodegesp.ufsc.br/
Fontes: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS; Ministério da Saúde; Agência Senado – GOVBR.
Autora Texto: IREVAN VITORIA MARCELLINO – Médica do Trabalho. CRM/SC 13142.
Autora Arte/Divulgação: Nicolle Doneda Ruzza